Troca do ministro da Fazenda é vista com cautela pelos investidores; em teleconferência, novo titular da pasta tenta ganhar a confiança do mercado e diz que seguirá com o ajuste fiscal

O dólar ultrapassou a barreira dos R$ 4 no início da tarde desta segunda-feira, 21, em meio à fala do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Às 13h20, a moeda norte-americana subia 1,82%, cotada a R$ 4,0326, depois de atingir R$ 4,0408 na máxima do dia.
1450554351627.jpg
 
Barbosa participa nesta segunda-feira de teleconferência com investidores nacionais e estrangeiros e tenta ganhar a confiança do mercado. A percepção inicial dos agentes, no entanto, é a de que o ministro tende a ser mais flexível em relação ao ajuste fiscal concebido por Levy e a expectativa é de que a condução da Fazenda se assemelhe mais aos moldes da "nova matriz macroeconômica" implementada por Guido Mantega.
"O mercado já conhece o trabalho do Barbosa e nada que ele fale vai conseguir fazer com que o mercado confie nele. É consenso que, com o Barbosa na Fazenda, aumenta a interferência do governo na condução da política econômica", comentou um operador de renda variável.
Segundo operadores, não há nada específico na teleconferência do ministro com investidores que justifique o "estresse" do câmbio, mas ele dá sinais de que a política fiscal continuará insuficiente para gerar superávits primários sustentáveis.
Participantes do mercado chamam a atenção para o fato de Barbosa dizer que não tem a intenção de mexer na fórmula de reajuste do salário mínimo e também pela menção ao BNDES, apesar de o ministro ter dito que o banco de fomento tem suas próprias fontes de financiamento.
Bolsa. Depois de passar a manhã em território positivo, a Bovespa mudou de trajetória e cai nesta tarde, intensificando as perdas à medida que os investidores estrangeiros entram no mercado acionário doméstico executando ordens de vendas. Às 13h20, o Ibovespa recuava 0,62%, aos 43.638,42 pontos, mas na mínima chegou a cair 0,90%, aos 43.514 pontos. As perdas são conduzidas sobretudo pelas ações da Petrobras e do setor financeiro.